segunda-feira, abril 10, 2006

Não conheço corpo algum de cor.
Ninguém assim a mim pertence.
Que possuir é pertencer também
E derrotado o é aquele que vence.

À minha volta, tudo ao meu redor,
Que fique, só, a quietude imensa.
Que venha, que chegue, que part'alguém
E saudade apenas permaneça.

Sem desejo eu, sem meta, sem dor,
Que corra o tempo, que fuja, que passe -
Até ao final, absoluto, desenlace.

12-13/4/90